domingo, 17 de março de 2013

Angorá


A raça é muito antiga e conforme registros bíblicos, contemporânea de Moisés, o que permite fixar o seu aparecimento entre 1500 e 1400 a.C. A Angorá (em turco Ancara keçisi) é uma raça que se originou em Ancara (anteriormente conhecida como Angorá) e seus arredores, no centro da Anatolia e capital da Turquia. É um animal de pelagem longa que é criado principalmente para produzir 'mohair'. O ‘mohair’ tornou-se uma lã bastante procurada na Europa a partir do século XIX. Com o aumento da procura, houve a necessidade de aumentar o rendimento de ‘mohair’ e foram feitos cruzamentos de Angorá com outras raças para atingir este objetivo. O ‘mohair’ é similar a lã de carneiro na sua composição química, porém é uma fibra mais longa, mais resistente e suave ao toque. Cada animal produz entre cinco e oito quilogramas por ano. A raça Angorá foi introduzida na Inglaterra durante o reinado de Carlos V em 1554. Em 1765, foi importado pelo governo espanhol um lote de animais da raça e em 1795, outro lote bem maior foi importado pela França. Em 1838 chegaram à África do Sul os primeiros animais da raça. A introdução nos Estados Unidos aconteceu em 1849, por James P. Davis. Foram sete animais adultos, presente do sultão Abdülmecid I (1823-1861) do Império Otomano, em reconhecimento pelos seus serviços dele no desenvolvimento da cultura de algodão na Turquia. A efígie de um animal da raça Angorá foi a figura constante no reverso das notas de 50 liras turcas entre 1938 e 1952.

Bhuj Brasileira



A Bhuj Brasileira é derivada da raça Kutchi das regiões áridas da Índia, próxima ao Paquistão. A primeira importação brasileira ocorreu em 1962 e depois da exigida quarentena em Fernando de Noronha os animais foram entregues aos compradores de Pernambuco e outros estados do nordeste. Houve cruzamentos sem controle com os animais locais. Depois de certo tempo, a grande maioria dos animais puros foi dizimada por verminoses, restando apenas os seus descendentes mestiços. São animais com cabeça pequena e bem conformada perfil ultraconvexo e orelhas com implantação baixa e soltas, paralelas a face, com as extremidades voltadas para fora, longas, largas e pendentes, ultrapassando a ponta do focinho. Nos machos, os chifres são curtos, fortes, chatos, saindo para cima e ligeiramente para trás, quase sempre formando uma leve espiral, mais delicados nas fêmeas, em arco ou levemente para frente. A pelagem é preta com orelhas e focinho chitados, com os pelos médios nos machos e mais curtos nas fêmeas. A pele é solta e escura e as mucosas também escuras. Esta raça é apresentada no padrão homologado pela ‘Associação Brasileira de Criadores de Caprinos’ como de múltipla aptidão, mas apresenta baixa produção de leite e de carne, apesar da estatura elevada. É mesmo uma raça para produzir pele.

Altai


 

A raça é resultado do cruzamento de reprodutores Don com fêmeas nativas e foi formada entre 1944 e 1982 nas fazendas coletivas do Gorno-Altai, região autônoma da antiga União Soviética. Este trabalho foi feito principalmente na fazenda coletiva de Kosh-agach e na fazenda Edigansky, buscando um animal ideal para a produção de lã e de carne, sem perder a boa adaptabilidade às condições especiais da região. Os animais eram mantidos em regime de pasto durante todo o ano. Os animais Altai são uniformes na cor, tamanho, conformação e produção de lã,têm um peso relativamente elevado, carne de boa qualidade e são capazes de engordar rapidamente durante um curto período de verão, quando as pastagens estão em melhores condições. O peso vivo dos machos é entre 65 kg e 70 kg e o das fêmeas entre 41 kg e 44 kg. A lã das cabras Altai tem alta qualidade podendo ser preta ou cinza escuro.

Alpina



A raça é originária da parte meridional dos Alpes suíços. É também criada em regiões da França, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Os animais apresentam cabeça triangular, perfil semicôncavo ou retilíneo, orelhas eretas e curtas e porte médio. Cor escura na face, no ventre, na parte dianteira dos membros e na linha dorsal. O peso varia de 70 kg a 90 kg nos machos e de 50 kg a 60 kg nas fêmeas. A raça é criada no Brasil para a produção de leite, principalmente em São Paulo e na região sul, onde a média diária de produção tem variado de 2,0 kg a 4,0 kg para um período de lactação entre 240 e 280 dias. Existem animais desprovidos de chifres (mochos) que são conhecidos como Oberhasli, que é considerado outra raça.

Anglo-nubiana








A cabra Anglo-Nubiana surgiu do cruzamento de bodes Nubianos com cabras nativas originárias do Egito, Síria e Índia.As primeiras cabras realmente Anglo-Nubianas (antes disso foram feitas introduções de animais sem qualificação rigorosa) que chegaram ao Brasil foram importadas da Inglaterra na década de 1930 a 1940. Foram para o Estado da Bahia e se espalharam em todo o Nordeste, foram feitas mais algumas importações da Inglaterra em Pernambuco e no Ceará até o aparecimento da doença "vaca-louca", fechando de vez as importações deste país. As últimas importações foram feitas do Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia, porém muitos exemplares eram da raça Nubiana, as quais possuem um porte menor, orelhas menores, pernas mais curtas, comprimento lombar mais curto. Aqui no Brasil esses animais foram nacionalizados como Anglo-Nubianos pelos técnicos da ABC C (Associação Brasileira de Criadores de Caprinos), delegada pelo Ministério da Agricultura para gerir o registro genealógico dos caprinos. Assim, no Brasil, a raça Nubiana é considerada Anglo-Nubiana.
Já foram registrados mais de 100.000 caprinos Anglo-Nubianos. No Brasil o rebanho .
Na prática, é possível conjugar estas duas características: grande produção inicial de leite e reprodução não estacional. Se as cabras Anglo-Nubianas dão três partos a cada dois anos ou, melhor, um parto a cada oito meses, mesmo que as lac
tações sejam diminuídas, nos períodos totais, para 180 dias, o período de descanso encurta-se para 60/90 dias, compensando o período total de lactação maior nas cabras alpinas, mas que têm um período entre parto muito longo.
A cadeia do leite de cabra no Brasil aos poucos vai se desenvolvendo, o produto vai deixando de ser um medicamento para se tornar mais uma opção de alimento na mesa do brasileiro. Assim, quando a demanda pelo produto aumentar, a Anglo-Nubiana será a única raça que tem lastro para atender de imediato a produção. Lastro esse, tanto em forma de pureza racial, ou mestiça (cruzada com bodes alpinos). hoje é estimado em 40.000 cabras registradas, somando-se ainda cerca de três milhões de mestiças. São animais aclimatados que resistem bem às estiagens prolongadas.A cabra Anglo-Nubiana é de dupla aptidão: produz leite e carne. 










Os caprinos são animais capazes de sobreviver em condições de alimentação escassa e de baixa qualidade, entretanto, nessas condições, o seu desempenho é pouco satisfatório, ficando comprometido. É necessário, portanto, que os caprinos disponham de alimento de boa qualidade e em quantidades que satisfaçam suas necessidades durante o ano, resultando em aumento da produção e gerando mais lucros à atividade.Uma cabra de aspecto alerta e atraente, parecida com a raça Nubiana, porém, é a mais alta e mais elegante, mais forte, produzindo mais carne e menos leite com uma produção diária de 2 a 4 litros de leite com 6% ou mais de gordura. A prolificidade é quase tão boa como a da Nubiana. 
Os cabritos são grandes, precoces e de carne muito boa. É muito rústica e perfeitamente adaptável em climas tropicais, salvo nas regiões muitos úmidas. Criada nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, tem grande preponderância na transmissão de seus caracteres pelos cruzamentos, sendo fácil confundir mestiços Nubiano x Toggeenburg com Nubianos, o que requer cuidados na origem pelos compradores. É uma das raças mais recomendáveis para sua reprodução no Brasil. 

Com a pelagem semelhante à da Nubiana, freqüentemente malhada ou "tartarugada", comum na combinação de pelos pretos, vermelhos e pardos, preferindo-se porém, que esteja livre de qualquer tipo de pelagem Toggenburg  .   Pêlos curtos, lustrados, de grossura regular e pela frouxa. Estatura de 60 a 70 cm na fêmea e 70 a 90 cm no macho com peso mínimo de 55 kg na cabra e 75 no bode.

A Cabeça da cabra é mais fina e delicada que a do bode que é sem chifres, bem masculina, com chanfro convexo e depressão em sua ligação, com a fronte e orelhas grandes, pesadas, caídas junto à cabeça. Olhos grandes e brilhantes. O Corpo é bem proporcionado e costado largo e cheio. Costelas bem cinturadas e afastadas. Garupa ampla. No bode, uma tendência para cruzes altas e lombo enselado, o que se deve procurar corrigir. A ossatura e musculatura são mais fortes. Úbere cheio, flexível, com as duas metades iguais não carnudas, profundamente fendido, dependurado, ligado alto atrás, com tetas grandes e bem colocadas.   









domingo, 10 de março de 2013

raça canindé


Canindé 





 A Canindé, segregada no Nordeste brasileiro desde o período colonial, logrou consolidar uma pelagem com menos partes brancas e um pêlo muito curto, quando comparada com as raças homólogas européias. 
No Nordeste, depois da Grande Seca de 1877, ocasião em que os rebanhos bovinos foram quase que totalmente dizimados, as cabras dessa pelagem passaram a ser encontradas, em maior número, no vale do rio Canindé, no Piauí, pouco se tendo notícia das mesmas em sua terra de origem, na Bahia. Ganharam uma cor avermelhada, no lugar do branco e algumas tornaram-se muito peludas. O nome consolidou-se, então, como cabra Canindé, a ponto de certos estudiosos acreditarem que a origem estava mesmo no Piauí e no Ceará
Aristóbulo de Castro afirma que é comum ouvir que existem duas formas étnicas denominadas "Canindé": uma conhecida pela tradição sertaneja, de pelagem preta e barriga branca; e outra, de pelagem castanha, avermelhada, com uma lista preta no dorso e a barriga preta.......
O nome, no entanto, vem de longe. Abdias Macedo Maia, chefe da Fazenda Piripiri, em Juazeiro (BA) descreveu a Canindé da seguinte maneira: "pelagem preta com a parte ventral avermelhada ou esbranquiçada; branco em torno dos olhos; pêlos curtos e brilhantes. Pernas com pelagem da cor da barriga, ou seja avermelhada ou esbranquiçada 
Em 1940, Corlett Pinheiro Júnior escrevia que eram "caprinos da zona do Canindé (PI), muito frequentes no Ceará e que são conhecidos como raça ou cabra Canindé, com peso médio de 39 kg e cerca de 56 cm de altura na cernelha, com 65 cm de comprimento. São geralmente mochos, com boa conformação, de cor castanha, com a barriga, extremidade dos membros, aberturas naturais, cara, parte inferior da cauda e períneos pretos. 


O Canindé originou-se de raças trazidas pelos colonizadores. Seu peso é entre 30 e 40 kg. Altura aproximada de 55 cm. A cabeça é de tamanho médio e harmoniosa com o corpo. Chifres são de coloração escura, dirigindo-se para trás, para cima e para os lados, podendo ser freqüente a ausência dos mesmos.

ApriscoOrelhas são medianas, alertas e bem inseridas. Seu pescoço delgado, harmônico e bem implantado. Dorso de linha de apresentação reta. Garupa inclinada e curta. Ossatura forte, mas delicada, os cascos são medianos, escuros e apresentam bons aprumos. A pelagem é preta, mas com o ventre e o lombo listrado de cor castanho claro ou escuro. Como nos caprinos da raça Moxotó, apresenta em torno dos olhos manchas amarelas ou brancas, descendo duas listas dessa mesma coloração até a comissura labial.

Os pêlos são curtos e brilhantes. Os animais são leves e de pequeno porte. É produtora de leite e carne. A prolificidade varia de 1,29 a 1,43, e a mortalidade situa-se de 15% a 18,6% para animais de até um ano de idade. Para animais com essa idade o peso gira em torno de 15,7 kg. Os caprinos da raça Canindé assemelham-se aos da raça Moxotó e Repartida em tamanho, forma e função, embora seja a que tem maior aptidão leiteira das três.